domingo, 9 de janeiro de 2011

Breves Comentários sobre Como Passar em Provas e Concursos



Muito se tem questionado a respeito de como passar em provas e concursos ou qual a fórmula utilizada para esse fim. Tenho observado grandes questões a respeito pelo qual estudantes de direito fazem a si e a outrem.

Renomados doutrinadores escrevem e publicam obras acerca do assunto, pois é o sonho de todo brasileiro estudar, passar em um concurso público seja a nível municipal, estadual ou federal e adquirir estabilidade financeira e status. Até mesmo aqueles que não optam por esse caminho desejam adquirir estabilidade profissional no ramo do trabalho escolhido (advogados, engenheiros, médicos etc).

Não existem fórmulas propriamente ditas, mas existe um caminho. Esse caminho é tortuoso, pedregoso, cheio de obstáculos e concorrido. Não é demais lembrar que muitos daqueles que hoje se encontram efetivados no cargo escolhido e exercendo a função almejada escutam ou lêem que vida de funcionário público é uma maravilha. Ao contrário, tanto o advogado, o médico, o contador que possui seus reveses dentro de seu consultório ou escritório por meio de clientes ou pacientes incompreensíveis e abalados emocionalmente por problemas diversos, o funcionário (você amanhã), também terá um chefe ou um superior hierárquico que exigirá muito trabalho e esforço de sua parte, além do cumprimento de metas. Terá que suportar as dificuldades para enfrentar o público (pessoas com costumes e educação diferenciada), além do maquinário sucateado que será utilizado para o atendimento daquelas pessoas. Não é demais lembrar que doenças profissionais também fazem parte da vida do servidor público (Ler - lesão por esforço repetitivo, estresses, depressão, pânico etc.).

Que referidas dificuldades fazem parte tanto da vida do funcionário público quanto do profissional autônomo. O prestador de serviços que além de ter que se deparar e confrontar com os contratempos do público, precisa ainda sobreviver  dos rendimentos restantes dos serviços prestados a essas mesmas pessoas. Certamente, a vida não é fácil e não se deve pensar que estamos nela para viver na sombra e tomando água fresca, ao contrário, é uma luta constante de persistência, disciplina e motivação.

Se analisarmos tudo o que foi escrito até o momento, já dá para entender que para se passar por essas contrariedades é necessário muita PERSISTÊNCIA, DISCIPLINA e MOTIVAÇÃO.

Então, como passar em provas e concursos públicos? Existe uma fórmula? Talvez...

Se você tiver certa carga de motivação aí já é um bom começo. O estudante de direito, quando ainda no início de seus estudos, na faculdade, já sonha em ser Juiz de Direito, Promotor de Justiça, Delegado, enfim, um cargo com uma função nobre e que lhe renderá uma boa quantia no fim do mês. Quando termina o curso, começa a entender que o mínimo a se fazer é ser aprovado no poderoso exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Digo poderoso, porque é o exame que certamente qualifica verdadeiramente o profissional das ciências jurídicas e sociais e o prepara para o mercado de trabalho, além de testar seus conhecimentos adquiridos durante todo o período em que esteve sentado observando e acompanhando seus Mestres.

Muitos são aprovados, porém muitos sofrem decepções e ficam desmotivados para enfrentar o mundo, a realidade que os espera e os cerca. Acontece que muitos não se questionam os motivos que os levam a optar por tal caminho.

Deve se crer que se estas questões pairarem ao seu redor está faltando motivação, ou seja, fazer aquilo que se gosta e não porque lhe dá status e dinheiro. Ted Willians, mendigo, até há alguns dias vivia em uma barraca as margens de Columbus - EUA. Se Ted Willians pensasse que deveria fazer algo que lhe rendesse status e dinheiro não teria aproveitado uma nova chance, teria lutado para adquirir um trabalho nos EUA que lhe rendesse um bom dinheiro (Político, Construtor, Juiz, Empresário etc). Acontece que esse homem preferiu mostrar aquilo que ele mesmo gosta de fazer, ou seja, ser locutor. Além de fazer o que gosta está auferindo excelentes quantias em dinheiro além de sofrer propostas inarredáveis.

Pois então, antes de tudo, pense: Por que estou fazendo isso, ou aquilo? Por que fazer? Se for para agradar seus familiares, parabéns, contente-se com seu diploma na parede e o sorriso de seus ascendentes. Mas e você? Vai viver aí desmotivado e triste?

Chegou a hora de pensar naquilo que se gosta e ter motivação para o assunto. Quando estamos apaixonados por alguém, compramos roupas, acessórios, nos produzimos, investimos em perfumes e na beleza exterior e interior para quando chegar o momento estar com aquela pessoa que mais temos apreço e admiração (namorada(o), marido, esposa; a espera de um filho (a) que está muito distante, ou o pai e mãe, enfim). Isto chama-se MOTIVAÇÃO.

Quando se está motivado a algo, já se percorreu quase metade do caminho, a outra metade é PERSISTÊNCIA e DISCIPLINA. Sabendo o que se quer e procurando fazer o que se gosta terá MOTIVAÇÃO para iniciar seus estudos.

Um candidato motivado é um candidato aprovado. Após estar motivado a fazer aquilo que se gosta você poderá subir para o segundo degrau, o da DISCIPLINA.

Quando desejamos fazer algo devemos concluir o que começamos, essa é a meta. Acontece que para se concluir o que está iniciando você deve ter disciplina diária em fazer e refazer o que começou. Não é necessário pregar "as nádegas" na cadeira e ficar 08 horas estudando sem levantar ou descansar. Não se estuda por quantidade de horas e sim por qualidade de estudos. Já vi amigos que madrugavam lendo uma obra e se preparando para a prova, como já vi amigos que deixavam a madrugada para o descanso do corpo e da mente. Já observei que tanto um quanto o outro eram beneficiados, mas havia uma diferença. Aquele que passava a noite estudando e não descansando, no momento da prova estava exausto, cansado e muito mais preparado para uma competição de pescaria do que para o resultado final: apreensão da matéria (principal - quem apreende não esquece), e o resultado de seus conhecimentos (nota). Sobre técnicas de estudo estarei abordando tema específico em nova oportunidade...

A disciplina é uma peça de suma importância na vida de um candidato determinado a ser aprovado em um concurso público ou no próprio exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Todos os dias é necessário fazer uma leitura relativa as dúvidas ou sobre o objeto da prova. Diariamente deve estar estudando nem que seja por 01 hora, pois ao término de uma semana você conseguiu estudar por 07 horas e com toda a certeza aprendeu e apreendeu muitas matérias. Com o tempo seu corpo estará adaptado e a sua própria consciência será o despertador: preciso estudar.

Após estar motivado e disciplinado vem o objeto fim, a PERSISTÊNCIA. Quando se presta um concurso, não esqueça que você estará concorrendo com pessoas qualificadas e devidamente preparadas para aquele fim, com exceção dos paraquedistas. Quer ser um paraquedista de concurso público? Não? Então esteja motivado a prestar um concurso que dentro das funções contenha tudo o que goste de fazer ou ao menos saiba do que se trate e o que vai fazer.

...continuando, quando se presta um concurso público, não esqueça que você estará concorrendo com pessoas devidamente preparadas e muitas vezes você pode ser aprovado, mas poderá sofrer corte com relação a pontuação, por exemplo: Imagine (situação hipotética), que seja aprovado no concurso público do IBAMA com 70 pontos sendo que o mínimo exigido seja 50 e o máximo 100 pontos e no edital consta que será chamado para entrevista somente os trinta primeiros colocados. Analisando tal fato, são chamados os trinta primeiros sendo que o trigésimo possui nota 77. Ora se para ser aprovado você teria que acertar 50% da prova, ou seja, 50 pontos, e você fez 70, está dentro. Correto? Errado! Na realidade você ficou inapto pela nota de corte se isso realmente constar no edital.

Outra questão é o fato de ser reprovado!

Assim, não tem porque ficar desmotivado e desanimado para o próximo concurso. Tenha PERSISTÊNCIA, e continue em frente. Sonhe, procure desejar e colocar em prática seus ideais e com certeza terá um final feliz.

A persistência faz do candidato um grande vencedor, capaz de derrubar todo e qualquer obstáculo, mas lembre-se: "Existem homens que lutam um dia e são bons; existem outros que lutam um ano e são melhores; existem aqueles que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, existem os que lutam toda a vida. Estes são os imprescindíveis -Bertolt Brechet. 


                            Por Roldão Santiago Bandola de Oliveira Filho

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Breves Comentários - Assédio Sexual nas Relações de Trabalho



O assédio sexual na área do Direito do Trabalho é questão de suma importância e o Poder Judiciário deve saber dirimí-lo com equilíbrio e consciência observando a realidade hodierna. 


Na definição de Soares Amora (Dicionário da Língua Portuguesa), assédio sexual é a insistência importuna diante de alguém, enquanto que para a Professora e Jurista Maria Helena Diniz é o ato de constranger alguém com gestos, palavras ou com emprego de violência, prevalecendo-se de relações de confiança, de autoridade ou empregatícia, com o escopo de obter vantagem sexual. 


Quanto ao conceito de Maria Helena Diniz, discordo do termo utilizado "ou com emprego de violência", uma vez que quando o agente empregar violência, estar-se-a diante do crime de estupro e não do assédio sexual propriamente dito.


Já segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss assédio significa: “insistência impertinente, perseguição, sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém" E para complementar, com o objetivo de obter favores sexuais ou favorecimento sexual.



A distinção entre o galanteio e o assédio gera enorme subjetivismo ao intérprete e pode causar constrangimento físico ou moral, pois o galanteio tanto pode ser visto como elogio, quanto como um ato de insistência importuna com o escopo de adquirir vantagem ou favorecimento sexual.  


O ambiente de trabalho indiscutivelmente facilita a aproximação das pessoas, quer em função da duração prolongada da jornada de trabalho, quer em razão do contato freqüente imposto pelo desenvolvimento das tarefas cotidianas e quer finalmente, pelo processo natural de afeição entre homem e mulher.


Pelo exposto à saciedade, a questão do assédio sexual deve ser examinada com cautela.


O assédio só existe na forma dolosa, ou seja, quando o agente, espontaneamente, tem a vontade livre de ofender a parte adversa, com atitudes indecorosas.


Não se admite a forma culposa, em que o resultado advém da imprudência, negligencia ou imperícia.


A forma tentada exige prova inequívoca, assim como o próprio assédio em si.


O aspecto sexual hoje, com a emancipação feminina, tem que ser interpretado sob a ótica diferente de 1943, data da CLT, em que os costumes eram outros. O avanço foi inconteste, trazendo ao mercado de trabalho a convivência diária com sexos diferentes.


Muito embora, em geral, seja a mulher a principal vítima do assédio sexual, no âmbito das relações individuais do trabalho, nada impede que a verificação da referida figura tenha o homem na condição de assediado, tampouco que ocorra entre pessoas do mesmo sexo.


O assédio também pode dar-se do empregado em relação ao empregador, ou ainda entre colegas de trabalho, o que pode gerar a dispensa do assediante pela prática da incontinência de conduta ou mau procedimento, além, é claro, da indenização por dano pessoal, ante a inequívoca violação a intimidade, assegurada no art. 5º, X, da Constituição Federal de 1988.


O avanço no mercado de trabalho não pode ser visto como um entrave às relações trabalhistas, entre empregado e empregador, sendo um sempre visto como “ameaça” ao outro, sob o ponto de vista do assédio sexual.


A relação entre patrão e subordinado deve ser pautada pelo respeito mútuo, qualquer que seja a situação.


Impedir que homens e mulheres compartilhem o mesmo ambiente de trabalho é impossível, anti-social e inimaginável no mundo atual, além do que o assédio também pode, como já mencionado, ocorrer entre pessoas do mesmo sexo. Dessa forma, outra alternativa não há, a não ser o respeito mútuo que deve reinar no ambiente de labor.


O assédio sexual agride diretamente a intimidade e dignidade da vítima, por se basear em abuso de poder. É visto como uma chantagem feita por agente que ocupa uma posição de superioridade contra seu subordinado, com escopo de obter favorecimento sexual.


Em suma, podemos dizer que a convivência no âmbito do trabalho entre homens e mulheres é uma problemática que vai além do respeito às diversidades de opiniões e hábitos, mas sobretudo, de aprenderem a respeitarem-se como semelhantes, sem deixar que a sexualidade de ambos afetem suas relações de trabalho.

           Por Roldão Santiago Bandola de Oliveira Filho